Cheguei ao MIT em 2011, um ano depois de ter entrado no Seminário do Patriarcado de Lisboa. Tinha estudado engenharia e, quando comecei a dar os primeiros passos na Filosofia, nas línguas antigas e na Teologia, senti-me a descobrir um mundo novo, um mundo onde o pensamento não se destinava apenas àquilo que a exatidão das matemáticas poderia ajudar a conhecer, mas tinha em conta tudo aquilo de que podemos falar, em certo sentido, tinha em conta a realidade toda: o mundo, o homem e Deus. Os cinco anos que se seguiram consolidaram esta experiência, e ajudaram-me a compreender melhor o lugar onde vivo, a cidade em que nos movemos, a saber quem eu sou, e a começar a saber falar sobre Deus, que é, no fundo, o primeiro significado – e talvez o mais completo – da Teologia.
Hoje, como capelão em Lisboa da nossa Universidade, uma coisa é evidente: a formação que recebi na Faculdade de Teologia tem sido uma ferramenta indispensável para viver este serviço com vontade de deixar que, por trás de um aprendiz de teólogo como eu, fale e atue acima de tudo a experiência sábia de uma linhagem crente. Com efeito, livre de perspetivas parciais, o MIT pôs-me a par da história do pensamento, deu-me acesso aos tratados clássicos da Teologia e à história da Igreja e, porventura o mais importante, fez-me querer aprender.