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[A Palavra e a vida] No jubileu da esperança


Sexta-feira, Novembro 14, 2025 - 17:13
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7MARGENS

Fonte: 7MARGENS. Autor: Armindo Vaz

Só recentemente na história da Igreja tivemos jubileus estritamente temáticos. O Papa Francisco quis que o jubileu extraordinário de 2015 celebrasse a misericórdia de Deus e que o jubileu ordinário de 2025 vivesse a esperança ao longo do ano. Continuamos, pois, a meditar nessa virtude, embora sempre insuficientemente.

De facto, a esperança não é das coisas que se digam e se acolham no espírito com brandura e com subterfúgios. Nem se deixa manejar com mão frouxa. Esperar ardentemente que chegue o dia de festa ou que amanhã te levantes com saúde, todos os deuses e humanos o podem anunciar sem manhas escondidas. Manter elevadas as esperanças de um país evitando que se envolva na guerra também parece razoavelmente fácil. Esperar que te vais sair bem nessa empresa difícil é razoável. Até a pretensão de comprar a esperança da glória – ou a esperança e a glória – a troco de sofrimentos continuaria a ser fácil. Já quando S. Paulo escreve aos Romanos que «fomos salvos na [vivendo em] esperança» (8,24), entramos no terreno em que ela dá que pensar, especialmente se pusermos essa afirmação em paralelo com a outra de Paulo: «fomos reconciliados com Deus pela morte do seu Filho…; seremos salvos na/pela sua vida» (Rm 5,10). Faz pensar, porque esse campo semântico bíblico – e religioso em geral – da “salvação” significa que a esperança, escorada pela vida e pela morte de Jesus por amor, quer dar resposta à procura pelo sentido último da existência humana. Muita gente questiona se a dá mesmo. Pelo menos, fica a perceber-se que a esperança como a fé cristã tem o seu centro e fundamento em Jesus. Assim o supõe o mesmo Paulo, que ao seu discípulo predilecto Timóteo fala com emoção de «Cristo Jesus, nossa esperança» (1Tim 1,1). A fé de Paulo em Jesus fundamenta nele a mais profunda esperança humana, embora também seja verdade, ao invés, que a esperança suporta a fé, pois só se acredita naquele em quem se confia: «Sei em quem confiei» (2Tim 1,12). Fé e esperança são duas faces da mesma medalha. Crer em Jesus como filho de Deus é viver em esperança. O cristão liga inextricavelmente a sua fé à esperança: «a fé é garantia das coisas que se esperam» (Heb 11,1).

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