Tomar-se-ão três sentenças como enunciado do problema a estudar: «Este nosso tempo não é apenas uma época de mudanças, mas uma verdadeira mudança de época» (Papa Francisco); «Ainda não encontrámos a “forma” que nos possa permitir avançar de modo mais livre e expedito» (Ghislain Lafont); «o Cristianismo encontra-se em busca de um novo lar e de novas formas de expressão numa sociedade pluralista pós-moderna e pós-secular» (Tomáš Halík). Partido daqui, pretende-se fazer o diagnóstico da crise que expõe o fim de uma era para o cristianismo e discutir teologicamente a sua credibilidade no nosso contexto cultural secular e plural. Assumindo-o como «momento favorável», que, de si, já é uma posição teológica, colocar-se-á a questão da «forma» eclesial que seja capaz de realizar, hoje, a «força» do Evangelho do Reino, com o objetivo de identificar traços enformadores e categorias generatrizes de um cristianismo existencialmente significativo («vivível») e culturalmente reconhecível («visível»). Deseja-se, acima de tudo, que os alunos identifiquem o problema, os pressupostos teológicos com o qual se aborda, o quadro mental que lhes serve de moldura, as categorias com as quais se organiza o pensamento. Assumindo-se como seminário de teologia fundamental, o caminho a percorrer pretende aprofundar de forma crítica a articulação fé-cultura, pela tomada de consciência da problemática que aí se joga para a compreensão da identidade cristã e para a realização da missão da Igreja. O quadro de referência será dado pelo Concílio Vaticano II, nomeadamente em Gaudium et spes, declinado recentemente em Evangelii gaudium, textos que os alunos deverão estudar a partir desta chave. Depois, deseja-se que possam aprofundar critérios como «sinais dos tempos» e «pastoralidade», e categorias como «estilo» e «forma», tomando contacto direto com os teólogos Christoph Theobald, Ghislain Lafont e Stella Morra. Com isso, espera-se que se exercitem na declinação teológica e na aplicação pastoral desses mesmos critérios e categorias. Para ter acesso aos autores referidos, em alguns casos, por ausência de traduções, será incontornável o uso das línguas francesa e italiana.